…também chora.
Futebol que nos deixa fanáticos, que nos deixa loucos e nos faz chorar.
Sei que sou um pouco emotiva, mas nesses dias estou um pouco mais.
Daquele grande jogo do Real Madrid x Atlético de Madrid, do gol aos acréscimos, do choro na arquibancada pelo “quase” do pequeno, do jogo do Cruzeiro contra o Flamengo com a magnífica atuação do Cruzeiro que eu não queria que terminasse… Essa tal de essência do futebol que faz a gente pensar: futebol é do c******.
Mas o futebol ainda é humano.
O Fernandão foi um ídolo do Inter e hoje se foi. Não foi só do Inter, foi de todos que um dia também sentiram ao menos uma pontinha de inveja quando ele, como capitão colorado, carregou as taças da Libertadores e do Mundial com uma postura que qualquer torcedor quer ver defendendo sua camisa.
A gente não santifica depois de morto. Eu realmente o admirava, assim como admiro o D’Alessandro do próprio Inter e tantos outros grandes jogadores de outros times.
Futebol nos deixa abobados… fingimos que somos eternos rivais e adversários, mas na verdade a inveja aguça esse sentimento e gostamos dos outros principalmente pela postura (mesmo que nunca confessemos o contrário). E defendemos os nossos jogadores com unhas e dentes, porque só nós mesmos podemos falar mal dos nossos próprios jogadores, né? Até do Leandro Guerreiro ficamos gratos e gritamos seu nome quando foi nosso adversário.
E sentimos suas faltas.
O futebol nos deixa apegados a caras que vivem outra realidade, andam de carrões, não chegam a trabalhar 8 horas por dia batendo ponto, não possuem – grande parte – uma escolaridade que aos 20 anos nós temos. Mas nos apegamos a eles. É que muitos deles também ficam putos com derrotas como a gente, comemoram loucamente os gols, choram em eliminações, dão um sorriso largo e cantam qualquer coisa na hora que erguem a taça.
Desde lá da base, acompanhando os moleques crescendo a gente se sente como da família. Foi com o Élber essa semana também. Como não sentir saudade ao ler aquela mensagem que ele escreveu pra torcida e relembrar do gol que ele tirou a camisa, estendeu-a no chão e a beijou? A gente queria sim que ele fosse um grande jogador aqui no Cruzeiro. Mas a saída era melhor pra ele.
Nós somos loucos e bobos. Esquecemos que eles são humanos. Que erram, que acertam, que querem o melhor para eles, que se despedem e, infelizmente, que morrem. Alex Alves, o da capoeira, que tantos meninos imitavam na escola… era humano também. Fernandão, aquele louco no meio do campo cantando no microfone com a torcida do Inter, também era humano. O Roberto Batata do Cruzeiro, que vibrou do céu uma Libertadores pra ele dedicada…
Assim como uma mãe entra na igreja com o seu filho para levá-lo à futura esposa e percebe que ele cresceu, assim nós, torcedores, percebemos – quase sempre de forma trágica – que os jogadores também são de carne e osso.
O futebol ainda é feito de ídolos, de craques, de pernas de pau e, ainda assim, humanos.
Ahh… o futebol.